Por que a poupança perde para a inflação?

Entenda os riscos e descubra alternativas para proteger seu dinheiro

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Leitura de 7 min-10/10/2025, 07:00
Categorias: Tecnologia
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A poupança sempre foi o primeiro passo de muitos brasileiros no mundo dos investimentos — é simples, acessível e oferece liquidez diária. Mas o que pouca gente percebe é que, em vários momentos, o rendimento da poupança não acompanha a inflação. Isso significa que, mesmo vendo o saldo crescer no extrato, o dinheiro pode comprar menos no futuro.

Como isso acontece na prática

Imagine que você tem R$ 10.000 aplicados na poupança.

Se ela render, por exemplo, 0,5% ao mês, você ganha R$ 50 em um mês.

Mas, se a inflação do período for de 0,6%, os preços dos produtos aumentaram mais do que o seu rendimento — na prática, você pode comprar menos com o mesmo dinheiro.

É o que chamamos de retorno nominal (quanto o dinheiro rende) versus retorno real (quanto ele rende depois de descontar a inflação). Quando a inflação sobe mais rápido do que o rendimento da poupança, o dinheiro até cresce em número, mas perde parte do seu poder de compra.

Como a poupança é calculada

Desde 2012, o rendimento da poupança segue duas regras:

Quando a taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) — os juros básicos da economia — está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês + TR.

Quando a Selic está em 8,5% ou menos, o rendimento cai para 70% da Selic + TR.

A TR (Taxa Referencial), vale lembrar, costuma ser muito próxima de zero.

Ou seja, em períodos de juros baixos ou de inflação alta, o rendimento da poupança fica para trás.

Exemplo real

Se a Selic estiver em 10,5% ao ano, a poupança rende cerca de 7,3% ao ano (70% da Selic).

Isso significa que, se você tiver R$ 10.000 aplicados, ao fim de um ano teria aproximadamente R$ 10.730.

Agora, se a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fechar o ano em 6%, o mesmo produto ou serviço que custava R$ 10.000 no início do período passaria a custar R$ 10.600.

Ou seja, mesmo com o saldo maior, o ganho real foi de apenas R$ 130 — o que mostra que o dinheiro até cresceu, mas perdeu parte do seu poder de compra. Esse é o ponto central: quando o rendimento não acompanha a inflação, o dinheiro rende menos do que os preços sobem. Por isso, é importante buscar alternativas que mantenham ou ampliem o valor real do patrimônio ao longo do tempo.

Comparando com outras opções

O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é a referência para a maioria dos investimentos de renda fixa pós-fixada.

Títulos públicos como o Tesouro Selic e CDBs (Certificados de Depósito Bancário) atrelados ao CDI costumam acompanhar mais de perto os movimentos da taxa básica de juros, muitas vezes oferecendo retorno superior ao da poupança.

É verdade que esses investimentos sofrem tributação regressiva de Imposto de Renda — a alíquota começa em 22,5% e cai conforme o tempo de aplicação —, mas, mesmo após impostos, eles frequentemente superam o rendimento da poupança, especialmente em períodos de juros baixos.

A poupança, apesar de isenta, não é sinônimo de melhor rentabilidade.

Riscos da poupança

O principal risco é o da perda do poder de compra: se o rendimento não supera a inflação, o valor guardado não acompanha o aumento dos preços.

Além disso, há o custo de oportunidade — manter recursos na poupança significa deixar de aproveitar alternativas seguras que oferecem melhor retorno.

Vale lembrar que tanto a poupança quanto produtos como CDBs e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) têm proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até o limite de R$ 250 mil por instituição e por CPF.

Mas essa proteção cobre apenas o risco de calote da instituição financeira — não protege contra a inflação.

Alternativas para proteger seu dinheiro

Tesouro Selic: título público que acompanha a taxa básica de juros, de baixíssimo risco e boa liquidez — ideal para reserva de emergência.

CDBs de liquidez diária: títulos emitidos por bancos, com rentabilidade próxima ou superior a 100% do CDI e cobertura do FGC.

Tesouro IPCA+: ideal para objetivos de médio e longo prazo, pois paga IPCA + uma taxa fixa, garantindo ganho real acima da inflação.

LCI e LCA: investimentos isentos de Imposto de Renda, com boa segurança, mas prazos de resgate menos flexíveis.

Fundos cambiais e stablecoins: opções para diversificar e proteger parte do patrimônio da variação do real, acompanhando o dólar. No caso das stablecoins (criptoativos pareados a moedas como o dólar), é importante escolher plataformas reguladas e confiáveis.

O que considerar antes de investir

Antes de escolher onde aplicar, pense em três pontos essenciais:

Horizonte de tempo: quando você vai precisar do dinheiro?

Liquidez: pode resgatar rapidamente em caso de emergência?

Risco: quanto de oscilação você está disposto(a) a aceitar?

Cada pessoa tem uma realidade financeira e objetivos diferentes. Por isso, vale sempre estudar, buscar informação e comparar opções para entender o que faz mais sentido para o seu perfil.

O papel da educação financeira

O avanço da tecnologia e das finanças digitais trouxe novas possibilidades — como os criptoativos e tokens que representam ativos reais —, mas também reforçou a importância de entender bem onde se está investindo.

A ABcripto acredita que a educação financeira é o melhor investimento que uma pessoa pode fazer.

Com conhecimento e planejamento, cada investidor pode proteger o seu poder de compra, evitar decisões precipitadas e construir uma estratégia sólida e segura para o futuro.

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