Bitcoin, Ethereum, USDT e XRP: a história e a função das principais criptomoedas do mercado

As quatro criptomoedas mais relevantes do mercado ajudam a explicar como a criptoeconomia evoluiu – e apontam para os caminhos do seu futuro.

Avatar ABCRIPTO
Redação ABcripto-Conheça o autor

Explore nossos artigos e acompanhe as novidades!

Leitura de 8 min-18/07/2025, 07:30
Categorias: Tecnologia
Ilustração com o logotipo da ABcripto

A criptoeconomia é um ecossistema diverso, formado por ativos com diferentes funções, tecnologias e objetivos. Entre as milhares de criptomoedas existentes, algumas se destacam por sua relevância histórica, protagonismo no volume de mercado ou papel estratégico no desenvolvimento do setor. Neste artigo, exploramos os fundamentos, as trajetórias e os usos atuais de quatro dos ativos digitais mais importantes do mundo: Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Tether (USDT) e XRP.

Essas criptomoedas não apenas representam valores de mercado bilionários, mas também exemplificam diferentes categorias dentro do universo cripto: reserva de valor, infraestrutura de contratos inteligentes, stablecoins e ativos para pagamentos rápidos e de baixo custo. Entender o papel de cada uma é fundamental para compreender os avanços tecnológicos, os desafios regulatórios e o potencial transformador das finanças digitais.

Bitcoin (BTC): a origem da criptoeconomia

O Bitcoin foi criado em 2008 por uma entidade pseudônima chamada Satoshi Nakamoto, em resposta à crise financeira global. Seu propósito era ambicioso: permitir transferências financeiras diretas entre pessoas, sem a necessidade de intermediários como bancos. Lançado oficialmente em janeiro de 2009 com a mineração do “bloco gênese”, o Bitcoin inaugurou o conceito de moeda digital descentralizada, baseada em blockchain e com oferta limitada a 21 milhões de unidades.

Inicialmente tratado como uma curiosidade entre entusiastas da tecnologia, o Bitcoin ganhou popularidade nos anos seguintes, com um crescimento exponencial de valor e adoção. Tornou-se, para muitos, uma alternativa ao ouro como reserva de valor – o que lhe rendeu o apelido de “ouro digital”. Sua estrutura é baseada em um modelo de consenso chamado proof-of-work (prova de trabalho), que garante a segurança da rede por meio de mineração competitiva.

Apesar da lentidão e custo relativamente alto das transações na camada principal, inovações como a Lightning Network têm ampliado o potencial do Bitcoin como meio de pagamento ao permitir transações quase instantâneas e com taxas muito reduzidas. Atualmente, o BTC é utilizado como reserva de valor, ferramenta de hedge em economias inflacionárias e, em alguns casos, como moeda oficial – como em El Salvador, que o adotou como curso legal em 2021.

Para o futuro, as expectativas giram em torno da sua institucionalização, especialmente com a aprovação de ETFs à vista em grandes mercados como os Estados Unidos, e da sua integração em plataformas de pagamento com foco em inclusão financeira.

Ethereum (ETH): a base da internet descentralizada

O Ethereum foi idealizado por Vitalik Buterin em 2013 e lançado em 2015 com o objetivo de expandir o potencial do blockchain além das transferências financeiras. Diferente do Bitcoin, o Ethereum foi projetado como uma plataforma programável, permitindo o desenvolvimento de contratos inteligentes (smart contracts) e aplicações descentralizadas (dApps). Ele introduziu a lógica da “blockchain como infraestrutura”, dando origem a setores como finanças descentralizadas (DeFi), tokens não fungíveis (NFTs), organizações autônomas descentralizadas (DAOs) e identidade digital.

O ETH, criptomoeda nativa do Ethereum, é utilizado como combustível da rede, sendo necessário para executar contratos e validar transações. Ao longo dos anos, a rede passou por diversas atualizações, sendo a mais relevante o "The Merge", em 2022, que substituiu o modelo proof-of-work pelo proof-of-stake (prova de participação). Com isso, o Ethereum passou a operar com maior eficiência energética, respondendo a críticas ambientais e aumentando a capacidade de escalar.

O Ethereum é, atualmente, a principal plataforma de smart contracts do mundo, com bilhões de dólares travados em aplicações DeFi e uma comunidade global de desenvolvedores. Está no centro das discussões sobre tokenização, identidades digitais soberanas, ativos digitais regulados e interoperabilidade entre blockchains.

No Brasil, seu protagonismo é observado em iniciativas relacionadas ao Drex, à tokenização de recebíveis e à experimentação de ativos digitais em ambientes regulatórios controlados (Sandbox).

Tether (USDT): a força das stablecoins

A Tether (USDT) é a stablecoin mais utilizada no mundo. Criada em 2014, sua proposta é simples: ser um ativo digital cujo valor permanece estável em relação a uma moeda fiduciária – no caso, o dólar americano. Cada unidade de USDT é, em tese, lastreada por reservas em dólares ou ativos equivalentes, o que a torna uma ferramenta eficiente para liquidez, remessas e proteção contra volatilidade.

A principal função do USDT é atuar como ponte entre o sistema cripto e o sistema financeiro tradicional, permitindo que usuários e instituições movimentem valores digitalmente com a confiança de que 1 USDT = 1 dólar. Ele é amplamente utilizado em exchanges, plataformas de empréstimos, protocolos DeFi e pagamentos transfronteiriços.

Com mais de US$ 160 bilhões em circulação em julho de 2025, o USDT continua sendo dominante no segmento de stablecoins, com papel central em mercados emergentes, como o Brasil, onde responde por cerca de 90% do volume mensal transacionado em criptomoedas.

A ascensão das stablecoins como o USDT tem impulsionado o debate regulatório global. No Brasil, o Banco Central já sinalizou que deverá editar regras específicas para esse tipo de ativo, dada sua relevância para pagamentos, inclusão e estabilidade financeira.

XRP: eficiência em pagamentos internacionais

O XRP foi desenvolvido pela empresa Ripple Labs com foco na liquidação rápida de pagamentos internacionais. Lançado em 2012, o XRP não utiliza mineração – sua rede opera com um protocolo de consenso diferente dos modelos tradicionais, chamado Ripple Protocol Consensus Algorithm (RPCA), que oferece rapidez, baixo consumo de energia e taxas reduzidas.

Seu principal diferencial é permitir transações quase instantâneas, com liquidação em segundos, o que o torna atrativo para instituições financeiras que enfrentam sistemas caros e lentos de compensação internacional. O XRP chegou a ser adotado em pilotos e soluções como o xRapid e o RippleNet, atraindo bancos e fintechs interessados em soluções de liquidez sob demanda.

Seu foco institucional e eficiência operacional continuam sendo seus maiores atrativos, especialmente em um cenário de crescente integração entre sistemas bancários e ativos digitais.

Bitcoin, Ethereum, USDT e XRP representam vertentes complementares do universo cripto: reserva de valor, infraestrutura descentralizada, estabilidade cambial e liquidação internacional. Cada uma dessas criptomoedas contribui de maneira distinta para a consolidação da criptoeconomia como um ecossistema funcional, inovador e em constante evolução.

No Brasil, os avanços regulatórios, a atuação do Banco Central com o Drex e a construção de um ambiente mais seguro e transparente abrem espaço para que esses ativos sejam usados com responsabilidade, confiança e potencial transformador.

A ABcripto seguirá acompanhando o desenvolvimento das principais criptomoedas, promovendo educação, boas práticas e diálogo com o mercado e os reguladores.

🔹 Quer entender mais sobre Bitcoin, Ethereum, stablecoins e inovação cripto? Acesse os conteúdos educativos da ABcripto: ABCripto Educação

Redação ABcripto

Explore nossos artigos e acompanhe as novidades!

Somos dedicados a trazer informações precisas e relevantes sobre o universo dos criptoativos e blockchains. Nosso foco é manter você atualizado sobre as principais novidades, análises de mercado e tendências da criptoeconomia.